giovedì 31 dicembre 2015

A EXPERIENCIA DO ExILIO




ISAIAS 40-55
DEUTEROISAIAS
Paolo Cugini


INTRODUÇÃO
As seguintes reflexões querem oferecer uma chave de leitura da segunda parte do livro do profeta Isaias, para ajudar a melhor entender o texto sagrado. Não são, então, paginas cuja preocupação seja a completeza da pesquisa, mas sim um auxilio para a reflexão pessoal ou, se quiser, comunitária.

1. A EXPERIENCIA DO EXÍLIO
Na consciência de Israel o exílio do 587 a.C. deve ser considerado como uma verdadeira morte e, Babilônia a potência esmagadora que se tornará o símbolo da potência do mal e da morte[1]. A ressurreição de Israel e a surpreendente libertação do povo do Exílio será fruto de uma radical reviravolta da supremacia política e militar na Mesopotâmia. O grande evento é a conquista de Babilônia por parte de Ciro no 539 a. C.[2] O Deuteroisaias é o profeta desta grande ressurreição de Israel, da libertação do poder de Babilônia, e da volta em Israel que aconteceu no ano 538 a. C. por meio do famoso edito de Ciro rei da Pérsia.

O que nós sabemos do profeta deste livrinho chamado “da Consolação”, que os exegetas apelidaram de Deuteroisaias? Quase nada a não ser algumas indicações importantes que encontramos em Is 50,4-9. Este texto é amiúde considerado o terceiro canto do Servo, mas na realidade é muito diferente dos outros cantos, pois se trata de uma confissão autobiográfica, no estilo profético de Jeremias[3]. Neste texto o profeta não se apresenta como um servo, mas sim como um discípulo e, este discipulado, consiste na escuta constante da Palavra de Deus e no anuncio desta mesma Palavra para um povo cansado, desiludido[4]. O povo que ficou sem templo e sem rei se torna devagarzinho o povo da Escritura. É, de fato, durante o período do exílio que são fixadas as tradições legais, históricas e proféticas de Israel para guardá-las da destruição. Então é na época do exílio que nasce a classe leiga dos escribas e doutores autorizados da Lei. Apesar disso o Deuteroisaias não é apenas um escriba, mas o discípulo de um profeta, um discípulo de Isaias. O termo que ele utiliza é limmud, que é um termo muito raro, pois tem significado de discípulo somente na tradição de Isaias: os limmudim eram os discípulos de Isaias, aos quais o profeta confia as suas palavras como testemunho[5]. Talvez seja provável que o Deuteroisaias pertencesse á uma escola profética nascida durante o exílio, que tinha como referencia a grande profecia de Isaias.  O profeta é aquele que por primeiro teve que passar através a experiência de morte e ressurreição, participando da trágica experiência do exílio. O profeta devem também agüentar a desconfiança do povo que perdeu a esperança de voltar na terra de Israel. È aqui, neste contexto que se compreende a tarefa do profeta: fortalecer os ânimos abatidos do povo de Israel através de uma mensagem de consolação[6].

Is 40,1-11. A voz que grita é antes de mais nada voz que grita no templo anunciando a gloria e a santidade de JHWH[7], a volta da gloria de Deus no templo de Jerusalém[8]. Agora é o tempo de preparar a estrada para que a gloria volte e fique na frente do povo como a coluna de fogo no primeiro êxodo. Esta estrada deve ser preparada antes de mais nada por JHWH, não para o povo[9]. Agora a gloria de JHWH voltando no templo poderá se manifestar a todas as nações e não apenas ao povo de Israel.
vv. 6-8: nestes versículos temos:
a.      Um convite da voz ao profeta para que grite com força a Palavra de Deus.
b.      Uma objeção do profeta[10]: a que serve proclamar a Palavra de Deus se o homem perdeu a fé e não acredita mais?
c.       A resposta da voz ao profeta: apesar da incredulidade do povo a Palavra de Deus se realiza sempre. É suficiente proclamá-la para que ela se cumpra. Esta consciência da Palavra de Deus que é fiel a si mesma e se realiza sempre acompanha todo o livro da consolação. De fato no final encontramos os famosos versículos que confirmam isso[11].


[1] Cf. Sal 137 e Ap.
[2] Cf. Is 21; Is 47.
[3] Cf. Jer 1; 11;15;16.
[4] Cf. Is 50,4.
[5] Cf. Is 8,16.
[6] Cf. Is 43,8.
[7] Cf. Is 6,3-4; 66,5-6.
[8] Cf. Ez 10-11: a Gloria de Deus sai do templo.
[9] Cf. Is 40,3.
[10] Cf. Is 6.
[11] Cf. Is 55, 10-11.

Nessun commento:

Posta un commento