giovedì 31 dicembre 2015

O RESTO QUE ACREDITA




O RESTO QUE AINDA CRE
ISAIAS 7-8
Paolo Cugini
A grande pregação de Isaias se concentra no redor de dói momentos:
  1. 734-732: conquista do reino do Norte
  2. 705-701: conquista de Judá
Em ambos os momentos a pregação de Isaias apresenta os mesmos temas:
  1. Somente JHWH é o santo que pode dar a salvação para o povo;
  2. Quem não confia nele vai encontro ao julgamento;
  3. Somente quem acredita se salvará: ficará.
A posição política de Isaias será sempre a mesma: a recusa e qualquer tipo de aliança com poderes histórico, aliança que afeta a confiança na força de Deus.
  1. Contra a aliança de Acaz com a Assíria contra Damasco e Israel (734-732)
  2. Contra a aliança de Ezequia com o Egito e Babilônia  contra a Assíria.
Toda aliança é para Isaias um sintoma de idolatria, de confiança em algo que não é o Santo de Israel e, por isso, não pode dar certo, pois não pode dar salvação.
A fé (7,1-6.9)
Síntese dos dados históricos:
  1. Chegam os invasores, muito mais poderosos de Judá, com a idéia de tirar o trono de Acaz e eleger rei Bem Tabeel.
  2. Medo coletivo;
  3. Intervenção do profeta Isaias com no colo o filho cujo nome resume o sentido da vontade de Deus: um resto se converterá.
Isaias pede a Acaz de ter fé somente em Deus. “Se não acreditais, não sereis salvos”. Crer em Isaias quer dizer duas coisas:
  1. Ter confiança, ficar tranqüilos, não ter medo: é a confiança total de quem se entrega a Deus (v.4), como uma criança no colo de sua mãe. Este tema da confiança em Deus que se manifesta na calma, é um tema típico de Isaias[1]. Não se trata de uma postura infantil, ingênua, mas sim da atitude da pessoa está investindo tudo na Palavra de Deus, na consciência que somos chamados a colaborar ao projeto de Deus, mas mesmo assim é somente Ele que pode realizá-lo de uma forma completa. Fé para Isaias é uma forma interior de paz, de calma confiante.
  2. Esta confiança nasce da capacidade de observar Deus que age, saber olhar a obra de Deus[2]. Toda a criação é obra das suas mãos. Para Isaias também a historia é obra das mãos de Deus. Dentro da historia humana Deus realiza uma obra de salvação, que é a única real, a única que oferece um sentido a toda a historia. Esta maneira de entender a historia tema as suas raízes no Dt e no Ex[3].
Fé, então, quer dizer saber reconhecer esta obra de Deus, celebrá-la, obedecê-la. Também na nossa vida eclesial e pessoal Deus realiza a sua obra de salvação. Não somos nós a cumprir esta obra: nós devemos somente reconhecê-la, a posteriori, como algo já em ação, que está acontecendo e que nós percebemos os sinais. O pecado contra a fé o pecado de incredulidade é que nós preferimos olhar a nossa historia, aquilo que estamos construindo, confiando mais nos nossos sentimentos, nas nossas intuições, nas nossas razões humanas.
Em Isaias esta contraposição é claríssima: fé quer dizer olhar a obra de Deus, a incredulidade é olhar para as nossas obras e por isso a idolatria é por confiança naquilo que não salva.
O seu país é cheio de ídolos: adoram as abras das suas mãos[4]. Este tema será levado ao cabo da reflexão deuteronomista.

O sinal de contradição (7, 10-17)
Síntese do oráculo:
  1. Isaias convida Acaz a olhar para a obra de Deus, a pedir um sinal que o ajude a percebê-la.
  2. Acaz se recusa, não quer olhar! É cego, pois prefere aliar-se com a Assíria.
  3. Deus doa igualmente um sinal, um sinal de contradição.
O sinal é o nascimento de uma criança, um filho da estirpe de Davi[5]. Talvez se trate de Ezequias, mas é difícil saber, as datas a nossa disposição não batem bem. A virgem seria então a esposa de Acaz, que sem duvida era muito jovem, sendo que Acaz, naquela época, tinha 20 anos. A palavra hebraica quer dizer jovem mulher, moça núbil[6]. Aqui pode ser entendida como recém casada, ao primeiro parto. Não supõe um nascimento milagroso, virginal. Os LXX traduziram com virgem, fazendo referência á virgem filha de Sião. É claramente uma leitura espiritual, que voltara no Trito-Isaias.
Este sinal apresenta então uma ambivalência:
  1. È sinal de salvação pela casa de Davi. Os Arameus e os israelitas querem mudar a dinastia de Judá, mas isso não acontecerá. A prova disso será o mesmo filho de Acaz, da estirpe de Davi. A promessa feita a Davi por meio do profeta Natan é confirmada. Eles querem colocar Tabeel, mas será Emanuel. Este nome quer dizer Deus conosco e ele salvará Judá dos inimigos.
  2. Pela incredulidade de Acaz e Judá o sinal se retorce contra eles mesmos: Deus mandará contra Judá a nação que Judá tinha invocado: a Assíria. Por isso também a criança viverá tempos duros, alimentos dos sobreviventes depois de uma deportação (leite e mel).
Então Ezequias será sim reis de Judá, mas será o rei de um resto.
  1. O resto é uma categoria que Isaias aplica não apenas ao povo mas também ao rei. Isso quer dizer que também o rei deve passar através de uma experiência de sofrimento, de dor, porque ele é solidário como seu povo[7].
  2. Esta experiência de sofrimento servirá como correção pelo resto, ensinará a distinguir o bem do mal, a obra de Deus da obra humana, ensinará a fé até que apreenda[8].O castigo de Deus através da Assíria servirá a criar um resto que acredita nele.
O anuncio do castigo se encontra nos oráculos seguintes:
Is 7,18-25: Castigo contra Israel e Judá, pelo qual a Assíria é só um instrumento para suscitar um resto que volte a JHWH.
Is 8,1-4: através de um novo sinal, o nascimento de um filho do mesmo profeta: Pronto saque- rápido bottino  é anunciado o castigo de Damasco e do reino de Israel. [9]
Is 8,5-10: é o anuncio do castigo também de Judá. Apesar de tudo será o plano de Deus a vencer.
A Palavra e a historia (Is 8,11-18)
Depois destes oráculos inicia para Isaias um longo período de silêncio, que durará mais ou menos 20 anos. Neste período ele falará somente para um grupo de discípulos. Apesar disso Isaias escreveu os seus oráculos que permanecerão como um testemunho: também se o povo não o escuta, ele o avisou. A palavra se realizará sem problemas.
A obra que Deus quer realizar na historia deve ainda ser cumprida, porém deus já colocou o alicerce através da sua Palavra proclamada pelo profeta. Deus já colocou em Sião a primeira pedra do novo povo que ele está construindo, o resto. Um tema parecido se encontra em Jeremias[10].
Is 8,14; 28,16: esta pedra, esta Palavra que Deus colocou é a duplo corte, terá m duplo efeito: será de tropeço por alguns, e de salvação por aqueles que acreditam. Nós podemos ler tudo isso como uma profecia da Encarnação da Palavra em Jesus, o verdadeiro resto crente, o verdadeiro sinal de contradição[11].



[1] Cf. 18,4; 30,15; 32,17.
[2] Cf. 5,12.19.
[3] Cf. Ex 14,13.21
[4] Is 2,8; 17,7-8; 22, 8-11.
[5] Cf. 8,8.
[6] Ex 2,8 Gen 24,43.
[7] Cf. toda a temática do sacerdócio autentico apresentada na carta aos Hebreus.
[8] Cf. v.15.
[9] Cf. também: 9,7-20; 5,25-29; 17,1-6.
[10] Jer 1-2.
[11] Cf. Rom 9,33; 1Pd 2,6-8.

Nessun commento:

Posta un commento