giovedì 31 dicembre 2015

O NOVO EXODO



ISAIAS 40-55 (3)

Paolo Cugini


3. O NOVO EXODO
A nova perspectiva aberta pela pregação deuteroisaiana, o assim chamado novo êxodo deve ser colocado dentro o quadro geral de uma teologia da historia que deve ser aprofundada. Esta concepção da história[1] é de tipo dualista e divide a história em dois tempos:
  1. As coisas primeiras, antigas (o passado)
  2. As coisas últimas, nova (o futuro)
Estes dois tempos são colocados entre eles num relacionamento de continuidade, mas também de superação. Se de fato, é verdade que o novo nasce do antigo, é também verdade que perante o novo, o antigo esvanece. Alguns falam que este dualismo que encontramos no Deuteroisaias é mutuado da religião iraniana. Apesar disso é bom lembrar que sempre, toda vez que Israel encontra conteúdos de culturas diferentes nunca os assimila passivamente, mas atua uma interpretação, uma assimilação ativa, transformadora. Assim o dualismo histórico que encontramos nestas paginas não é de tipo metafísico, mas sim escatológico, que se expressa através de categorias históricas. Do dualismo metafísico, típico do pensamento grego, podemos encontrar traços no livro do Eclesiastes[2]. A lógica do dualismo metafísico produz um espiritualismo desencarnado, tópico da gnose: para salvar-se precisa se subtrair da roda do tempo, fugir da história. Na perspectiva escatológica típica dos profetas, a salvação é inscrita dentro da história. Todo evento passado é como um sinal daquilo que irá se realizar no futuro. As coisas primeiras servem para preparar as últimas. É importante salientar, porém, que o futuro não é apenas a realização de todas as profecias: o futuro é algo de novo. A teologia bíblica da história é uma teologia da esperança, da espera de um futuro de salvação sempre novo, porque todo evento de salvação que se realiza na história se torna sempre de novo o sinal e a profecia de um evento maior que deve ainda se cumprir. Todos os eventos, que são realizações de profecias, tornam-se sinais de eventos futuros que receberão em Cristo uma medida definitiva. Dessa forma é possível entender a história como uma serie de etapas históricas que se aproximam sempre mais ao eschaton(fim) definitivo. Esta visão da história é o pano de fundo do anuncio do Deuteroisaias do novo êxodo e da nova aliança.
Profecia do novo êxodo: Is 40, 9-11.27-31; 41,18-20; 42, 14-17; 43,16-21; 48,20-21; 49,9-12; 52,7-12.
Em todos estes versículos é possível traçar alguns dados típicos:
  1. Como o primeiro êxodo foi possível através do milagre da passagem no Mar Vermelho, assim também este novo êxodo será possível através de um novo milagre: a passagem no deserto[3]. O novo milagre e maior do que o antigo: o deserto florescerá como um jardim, produzindo frutas de todo tipo. Além disso, até o caminho não será cansativo, pois o mesmo Deus irá aplainar a estrada[4].
  2. A novidade maior é que neste novo êxodo será o mesmo Deus a guiar o seu rebanho por dentro do deserto[5]. Não precisará mais de um mediador como Moisés. A nova Páscoa representa, portanto uma intervenção direta de Deus na história que apaga a necessidade qualquer mediação humana. Talvez é possível vislumbrar nestes versículos uma profecia da encarnação, da Páscoa que o Senhor viverá na sua própria carne, morrendo na cruz para realizar o êxodo deste mundo para o Pai.
  3. A nova aliança, fruto deste novo evento pascal é profetizada do Deuteroisaias em dois versículos: Is 54,6-10 e 55,3-5. Nestes dois textos a nova aliança é comparada a outras alianças históricas: a aliança com Noé[6] e a aliança com David[7]. Deste dúplice confrontação a nova aliança recebe as seguintes conotações:
a.     Será uma aliança de paz. Deus tinha prometido a Noé que não teria punido o pecado dos homens[8]. Assim tinha prometido a David que por causa do pecado teria golpeado a sua descendência somente com o bastão, sem destrocá-la[9].
b.     Será uma aliança eterna[10]. Não é mais como a aliança antiga estipulada através de Moisés, ou seja, um trato bilateral; a nova aliança é inteiramente fundada sobre a graça fiel de Deus.
c.      Será, enfim, uma aliança universal, com toda a humanidade[11]. A antiga aliança era estabelecida somente com o povo de Israel. Esta aliança do Deuteroisaias é até novo em relação com aquela de Jeremias (31,31), pois ainda não previa a dimensão universalista.
Agora é todo o povo no seu conjunto que se torna testemunho entre os povos, o mediador da aliança divina no confronto de todos os povos[12].



[1] Cf. Is 43, 18-19.
[2] Ec 1,9.
[3] Cf. Is 43,16-19.
[4] Cf. Is $0, 3s.
[5] Cf. Is 52,12.
[6] Cf. Is 54,9.
[7] Cf. Is 55,3.
[8] Cf. Gem 9,16.
[9] Cf. 2 Sam 7,14.
[10] Cf. Is 55,3.
[11] Cf. Is55,4.
[12] Cf. Is 55,5.

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