O
PROCESSO A ISRAEL
ISAIAS
1-5
Paolo Cugini
Toda a primeira pregação de Isaias é dedicada aos dois
temas de fundo da sua missão: o julgamento e o resto.
Nos primeiros cincos capítulos encontramos a pregação do
julgamento, motivada através de um processo entre Deus e o povo. O julgamento e
todo o povo, como obra histórica de JHWH, que utiliza o império assírio como
instrumento de castigo, é o tema de fundo da profecia do VIIIº sec., a partir
de Amos e Oseías.
1,2-3: inicia o processo e se
chamam os testemunhos, o céu e a terra; é um processo histórico-cosmico.
Acusação de fundo: Deus elegeu Israel no Egito, o educou com a Lei no deserto,
mas Israel em Canaã não reconheceu seu Pai e se rebelou constantemente[1]!
1,10-20: aquilo que Deus deseja
não é um culto para ele, mas sim o amor para o próximo. O verdadeiro culto que
Deus gosta é a Justiça. “Quero misericórdia e não sacrifício”[2]. Quando
se apela a Deus sem operar a Justiça é algo de vazio, inútil, sem sentido[3]. Este
dato da justiça, tema clássico da pregação profética, comporta três elementos:
a.
Defensa dos pobres,
solidariedade para todas as pessoas que precisam;
b.
Economia de uma igual
distribuição dos bens; numa economia de prevalência agrícola significa
distribuição da terra. Aqui os profetas remontam sempre a distribuição das
terras ao tempo de Josué, entre as tribos de Israel. O ano sabatico foi
instituído por isso mesmo, pela remissão das dividas[4]
c.
Demanda de justiça dos juiz da
cidade e, em particular, do rei-messias.
Na antiga ideologia real a função do rei é aquela de exercer a justiça
através de juízes justos. O símbolo disso é Samuel. Isaias ao longo da sua
pregação insistirá bastante sobre isso, criando a esperança da vinda de uma
messias Justo.
1,16-20: Deus convida Israel a
se defender. Israel não pode se defender, mas se quiser pode pedir perdão: Deus
é sempre disponível a perdoar. Infelizmente o povo continua teimoso no pecado.
Sendo assim o julgamento é inevitável. Por isso deus proclama o seu julgamento.
Is 5,1-7: é uma parábola aonde
Isaias esclarece a razão do julgamento de Deus contra o seu povo. Esta parábola
é antes de tudo um cântico de amor. Deus é como u amante decepcionado com o seu
parceiro. A amada, como no Cântico dos Cânticos, é comparada a um jardim, uma
vinha[5]; o
profeta é o amigo do esposo e canta para ele o seu cântico de amor pela sua
esposa (vinha). Através desta parábola se expressa o relacionamento esponsal,
que é a típica imagem da Aliança[6].
A recusa da amada produz o julgamento do esposo. Sendo que
os frutos da vinha são estragados não quer mais que ela brote frutos.
O processo é encerrado com a condenação definitiva de
Israel através de 7 maldições:
- Contra os latifundiários
(5,8-10)
- Os gaudentes (5,11-17)
- Os incrédulos (5,18-19)
- Os injustos (5,20)
- Os sábios ( políticos,
homens da corte) (5,21)
- Os juízes iníquos
(5,22-24)
- Contra os maus
legisladores (10,1-4)
Se trata exclusivamente de pecados políticos contra a
Justiça que Deus esperava da sua Vinha. Israel é julgado no confronto da Lei
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