A
SALVAÇÃO DE SIÃO
(Is 28-29; 36-37;2)
Paolo Cugini
Isaias anunciou o castigo de Jerusalém desde os tempos da
guerra Siro-efraemita, ma chegando perto da sua realização acontece algo de
inaudito, de novo.
28,21:
Deus mesmo se coloca como inimigo de Sião, como no tempo passado eram os
Filisteus.
29,1-3:
Deus coloca o acampamento como Davi contra Jerusalém, Ariel (=fogão do templo).
O Emmanuel não é mais o Deus conosco, mas sim o Deus contra Israel.
29 4-8:
contra Jerusalém não é somente a Assíria, mas também a massa de todas as
nações. Isso porque talvez no contingente dos assírios tinha militares das
nações submetidas. O assedio de Jerusalém começa por obra dos assírios,
chefiados por Sennacherib, foi realizado no 701 a.C. Sennacherib tinha arrasado
na Judéia, e em poço tempo tinha chegado as portas de Jerusalém, pronto para saqueá-la.
E ali, quando tudo parecia predispor para um saque rápido aconteceu algo de
improviso.
Nos capítulos 36-37
é explicado pó motivo desta mudança de situação. Sennaquerib, no auge da sua
gloria, se permitiu de insultar YHWH e isso provoca a virada. Deus, que até
então estava castigando o povo infiel de Israel pela mão do exercito de
Sennaquerib, depois de ter sido insultado pelo orgulhoso chefe, muda de opinião.
Em 2 Cr Sennaquerib coloca YHWH no
mesmo patamar dos outros deuses. É o período em Jerusalém é sempre mais
consciente que YHWH não é um Deus como os outros, mas que é o único verdadeiro
Deus.
37,1-7:
a partir deste momento, a pregação de Isaias, sempre lúcido em captar os sinais
de Deus, muda totalmente: anuncia a salvação de Jerusalém, a sobrevivência do
resto, o retiro dos assírios.
37,30-35: Ezequias já tinha pago uma boa contribuição em
dinheiro para se apaziguar com Sennaquerib, só que este, como de costume,
queria mesmo tomar posse de Jerusalém, saqueá-la. Então porque Sennaquerib improvisamente
se foi? Duas interpretações:
- Uma noticia de fora,
talvez a noticia de rebelião de Babilônia;
- Uma grave doença: a
peste.
Talvez a primeira hipótese seja a mais provável. De
qualquer maneira, porém, a Palavra de Deus se realizou: as nações se dispersaram[1].
Apesar disso, do sucesso da profecia de Isaias, falta ainda
algo. De fato, o resto ainda não é o resto crente que Deus pensou. Tem um texto
pessoa de Isaias[2]
onde manifesta a própria decepção no confronto do resto que ainda não se
converteu. Com esta experiência negativa inicia a ultima fase de Isaias. O
profeta ache que dificilmente vai ver o resto convertido, mas não desespera
pela promessa divina. Por isso ela não cansa de profetizar e de proclamar a
verdadeira salvação de Sião, porém com um evento escatológico, um evento ainda
escondido no futuro de Deus.
Nos primeiros capítulos nós encontramos alguns oráculos
sobre Sião, que sem duvida devem remontar a este período, o ultimo período de
Isaias. É uma espécie de trilogia, com uma sucessão de tema interessante:
- 1,4-9: Sião é toda cheia
de feridas; não é mais uma vinha, mas só uma casinha abandonada: é a
imagem de uma devastação moral. Jerusalém parece com Sodoma.
- 1,21-28: Sião é uma
prostituta. A novidade é que é anunciado o tempo fnal na qual será
purificada. É uma purificação cara, através do fogo,sofrimentos, e dores;
mas no fim Sião srá novamente a cidade fiel, justa, santificada pela
presença divina. Só então haverá um resto santo[3].
- 2,1-5: é o terceiro
momento da profecia de Isaias. Jerusalém, no final dos tempo, será sinal
de salvação pelas nações. Têm alguns temas importantes neste trecho que é
bom destacar:
a.
A glorificação de Jerusalém.
Sião na realidade não é a montanha mais elevada[4]: é por
isso necessária uma sua refundação, a sua elevação para que Jerusalém seja
visível para todos. Sião será fundada novamente não em cima de pedras, mas da
fé, pois a visibilidade dela será uma nova credibilidade, uma nova luz sairá
dela por causa da sua fé e justiça. Uma imagem física, que, porém expressa uma
realidade espiritual[5].
b.
A peregrinação dos povos.
Os mesmos povos que tinha lutado contra Sião, agora estão subindo em paz, na
peregrinação, provavelmente na festa das cabanas. Estão subindo não para
realizar um sacrifício, mas para escutar, para serem instruídos por Deus com a
Lei e com a Palavra dos profetas[6].
c.
A conversão dos povos.
Os povos acolherão a Palavra e assim serão convertidos.Aqui a conversão se
realiza como paz entre os povos. O ensinamento humano é a guerra, o ensinamento
de Deus é a paz. É a primeira vez que aparece este tema muito importante de
Isaias, ou seja, o tema da paz. Para Isaias é isso o Reino de Deus: paz. A
guerra inicial se muda em paz. A derrota dos povos é na realidade a derrota da
idéia de guerra[7].
Nesta maneira Isaias profetiza que a verdadeira salvação de
Sião não será apenas a preservação dos inimigos, mas sim o cumprimento de uma
missão universal de paz. Jerusalém é a cidade escolhida por Deus para ser
instrumento de paz por todas as nações. Esta profecia irá iluminar a sucessiva
pregação profética[8].
[1] Cf. Is 17,12-14.
[2] Cf. Is 22,1-4.12-13.
[3] Cf. Is 4,3.
[4] Cf. Sal 125,1
[5] Cf. Mt 5,14.
[6] Cf. 1Pd1,1s
[7] Cf. Gal 4,9-10.
[8] Interessante neste sentido, o reverbero desta teologia isaiana na
reflexão de Paulo (cf. Ef 2). Cristo é considerado o instrumento por Deus
escolhido para realizar a reconciliação entre os povos divididos. Além disso, a
Eucaristia é considerada instrumento de paz (1 Cor 10-11).
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