venerdì 12 giugno 2020

Solenidade da Santíssima Trindade



(Pr 8, 22-31; Sal 8; Rom 5, 1-5; Jo 16, 12-15)

Paolo Cugini

1. Depois das semanas do tempo pascal, que encerraram domingo passado com a celebração da solenidade do Pentecostes, a Igreja nos convida á entrar no mistério da Trindade. Isso é algo que nos deixa bastante sem jeito, pois, também nós, não conseguimos entender o sentido deste mistério que, aliás, é o mesmo mistério de Deus. A liturgia nos pede humildade para entrarmos neste mistério sem a presunção de entendê-lo, mas, pelo menos, de vivê-lo. Deus é uno e trino: quer dizer isso? Deus é amor e o amor se revelou na historia e continua se revelando de formas diferentes. Em que maneira, então, Deus manifestou o seu amor na historia aos homens e as mulheres de todos os tempos?

2.Quando [Deus] preparava os céus, ali estava eu [a sabedoria]... Quando fixava ao mar os seus limites... eu estava ao seu lado como mestre-de-obras” (Pr 8, 27.29.30).
Conforme aquilo que escutamos na primeira leitura o amor de Deus se manifesta como sabedoria. Deus cria o mundo e a historia não de qualquer jeito, mas com sabedoria. Em tudo aquilo que encontramos na criação podemos perceber com a nossa inteligência vestígios e rastros da sabedoria de Deus. Se o homem e a mulher são criados a imagem de Deus então, um dos traços desta imagem é sem duvida a inteligência, que o instrumento para alcançar a sabedora e, de uma forma indireta, descobrir os traços, os vestígios da sabedoria presentes na criação. Tarefa da Igreja torna-se, então, ajudar as pessoas a crescer na sabedoria de Deus meditando a sua Palavra, prestando atenção á obra da criação. Tarefa da humanidade é sair do estado de estupidez no qual nascemos, mergulhados nos sentidos humanos que ofuscam a nossa inteligência. Por essa razão quando Jesus, o Verbo de Deus, veio ao mundo se apresentou com a Verdade: só um ser inteligente, somente uma pessoa que cultiva a sabedoria, a inteligência pode reconhecer a presença do amor de Deus no mundo através dos sinais inteligíveis da sua sabedoria. Folhando as paginas dos Padres da Igreja dos primeiros séculos do cristianismo, considerada a época de ouro da Igreja, encontramos este grande esforço de colher os sinais da sabedoria de Deus no seu plano de salvação, que se manifestou de uma forma contundente na vinda do seu Filho Jesus. A sabedoria de Deus, com o qual Deus criou o mundo não é apenas uma sabedoria puramente racional, mas encarnada nos fatos, acontecimento históricos. Por isso, para reconhecê-la, necessita de um preparo espiritual que somente a internalização das Divinas Escrituras pode oferecer.

3.Irmãos, justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo” (Rom 5, 1).
O amor de Deus não se manifestou no mundo e na historia apenas como sabedoria, mas também com a vinda do Filho Jesus Cristo. Ele encontrou uma humanidade condenada definitivamente á morte por causa da incapacidade de viver a Lei de Deus, incapacidade causada pelo pecado que estragou gravemente a humanidade. Jesus entrou na historia vivendo até o fim o âmago da Lei que é o amor. Na historia da salvação o amor não se identifica nunca como uma teoria, como algo de abstrato, mas é sempre relacionado á alguém. O Evangelho de João, antes da céia derradeira, faz questão de frizar que Jesus “tendo amado o seus que eram no mundo, amo-os até o fim” (Jo 13,1).

A carta de Paulo aos Romanos nos solicita a olhar a Jesus não apenas pelas suas lindas palavras ou os milagres mirabolantes, mas, sobretudo pela sua maneira de viver perante Deus Pai como um Filho querido, em uma obediência filial que o levou a oferecer até a própria vida. Esta morte fruto do imenso amor que Jesus manifestou para com o seu Pai e pelas pessoas que encontrou na historia, é motivo de salvação por todos nós. Olhar a Cristo não para cobrar continuamente favores materiais, mas para expressar a nossa gratidão pelo seu imenso amor que proporcionou a nossa salvação, é este o sentido da nossa caminhada de fé, para sairmos de uma espécie de materialismo religioso e entrarmos, assim, no mistério do amor de Deus que não poupou nem o próprio único Filho por nós. Perante um amor tão grande e eterno como é que podemos continua a nos aproximar a Ele cobrando algo? Não é terrível a nossa atitude?




4.Quando, porém, vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá á plena verdade” (Jo 16, 13).

O Amor de Deus que se manifestou ao longo dos séculos e que se manifestou de muitas maneiras e em muitos momentos (cf. Hb 1,1s) como atenção ao homem nas situações concretas da historia, não parou com a morte de Jesus, mas continuou com a vinda do Espírito Santo. É o Espírito Santo que salva o homem da morte, que se manifesta como vida na mentira (cf. Jo 8,41s), que é o contrario da Verdade, da sabedoria desvendada na obra da criação e na vida e nas palavras de Jesus. Esta Verdade é sugerida ao homem pela ação do Espírito Santo, que age dentro do mesmo homem. É isso que revela são Paulo no mesmo texto da carta aos romanos que citamos pouco acima: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rom 5,5).

O amor de Deus que se manifesta como caminho de aproximação ao homem, nesta ultima fase da historia é tão próximo que decidiu de morar dentro de nós. O amor de Deus derramado em nós através do Espírito, nos alerta sobre a verdade, para nos ajudar a destrinchar os caminhos da mentira e, assim, nos afastarmos deles. Em Deus a verdade coincide com o amor: esta é a grandíssima verdade que Deus sempre em todos os tempo quis nos revelar. Só quem ama encontra a Verdade e, ao mesmo tempo, só quem conhece a Verdade consegue á amar e, assim, viver a própria vocação originaria. Esta intuição revelada na Escritura destroça todas as formas mundanas de amor como possesso egoísta do outro. Pelo contrario, na historia da salvação e na vida de Jesus o amor se manifestou como doação total de si. É isso que Espírito nos sugere: fugir da mentira do amor egoísta baseado somente no prazer individual, para buscar o amor que se doa totalmente ao outro, renunciando a si mesmo. É esta a Verdade que o mundo não entende e não compreende porque não conhece a Deus e seu Filho Jesus, e se recusa de escutar a voz do Espírito.

5. Aproveitamos, então, desta Eucaristia para abastecermos a nossa alma do amor de Deus e, assim, derramá-lo aos irmãos e irmãs que encontraremos nos próximos dias.




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