mercoledì 13 febbraio 2019

Cristo rei do universo




Paolo Cugini

1.É o ultimo domingo do ano litúrgico e a mesma liturgia nos apresenta para a nossa reflexão um tema um pouco estranho, o tema do Cristo Rei do universo. É um tema estranho porque de um lado somos acostumados a identificar a figura do Rei com o poder, a riqueza, a arrogância e, do outro lado, a idéia que nós temos de Jesus é de uma pessoa humilde, simples. Então como é que se juntam estas duas idéias opostas? Em que sentido Jesus é Rei?

2. Um rei que se respeite deve ter um pedaço de chão para exercer o seu poder. Jesus, perante Pilatos, declara que ele tem um reino, só que este reino não é deste mundo. Quer dizer isso? Qual é o reino de Deus?
O mundo, na perspectiva do evangelho de João, não é o cosmo, a terra, mas é tudo aquilo que o homem constrói independentemente de Deus, é então aquela realidade fruto do egoísmo e do orgulho humano. Sobre os nossos projetos humanos feitos de rivalidades, inimizades, rixas, Cristo não tem poder, ou seja, não é Ele que manda, mas um outro.
Este é o segundo dato que aparece entre as linhas do Evangelho de hoje. Se Cristo é Rei significa que Ele domina sobre uma realidade, sobre um pedaço de humanidade. Isto quer dizer que o homem, a estrutura humana é feita para pertencer á alguém. Se não pertencemos ao reino de Deus pertencemos ao mundo: não tem escolha, alternativa. Não existe um terceiro espaço, um terceiro rei. Na perspectiva bíblica existe o Rei do universo, rei do reino do Céu e, do outro lado, existe o príncipe deste mundo, que reina sobre o mundo, ou seja, domina toda aquela humanidade, aquela realidade que os homens, as mulheres construam independentemente de Deus, como se Deus não existisse. Se na nossa vida corriqueira não estamos obedecendo a Deus, estamos nos entregando ao príncipe deste mundo.
A condição de vida no mundo é a escravidão, enquanto no Reino de Deus é a liberdade. Quem vive no mundo, quem se deixa guiar pelo príncipe deste mundo vive na escravidão, escravo das paixões, dos instintos, dos desejos humanos, desejo de poder, de dinheiro, de sexo (cf. 1Jo 2-3). Pelo contrario, as pessoas que vivem no Reino do Céu vivem livres, pois com a ajuda de Deus, da força e do poder de Deus que recebemos nos sacramentos, conseguimos dominar as paixões, os instintos, os desejos da carne. Esta solenidade de Cristo Rei do Universo nos lembra que a vida cristã é uma continua caminhada, uma romaria para passarmos deste mundo para o reino de Deus (cf Jô, 13,1-2), do domínio do príncipe deste mundo para o poder de Deus. Quem se conhece um pouco e está tomando a serio a própria vida, sabe muito bem que, esta romaria, não é nada fácil, mas muito desgastante e cheia de armadilhas, de recuos, de decepções, de momento de grande desanimo. Quem vive estes sentimentos é no bom caminho, pois quer dizer que está se esforçando para que o Reino de Deus possa ser a sua moradia constante. Pior é encontrar cristãos que brincam com a própria vida de fé. O cristão mais autentico, que vive com seriedade o próprio relacionamento com o Senhor, que deseja se tornar uma pessoa livre, é destinado a sofrer um bocado.

3. Existe somente um pedacinho de humanidade que o pecado não estragou que o diabo não afetou; este pedacinho de humanidade é Cristo, que até a morte ficou fiel e obediente a seu Pai. É por isso que estamos aqui adorando o Rei dos reis, O rei do universo, que testemunhou a Verdade até as extremas conseqüências. E isso deve nos ajudar na reflexão. Se Cristo faleceu, se Ele foi morto, pendurado á cruz é porque o mundo não quer escutar a Verdade. O mundo é tão mergulhado na mentira, é tão acostumado a comer mentiras, que não gosta da Verdade, não quer escutá-la. Cristo é o Rei do universo, porque testemunhou a verdade até o fim, encarando os algozes sem recuar, enfrentando a estupidez do mundo covarde e estúpido incapaz de realizar um gesto autentico.

4.  Cristo é Rei do Universo não porque se apoderou do poder com alguma artimanha, mas o recebeu. “Toda autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra” (Mt 28,18).
É o mesmo dado que ouvimos na primeira leitura de hoje. Jesus não tomou o poder, não se apoderou do Reino dos Céus, mas foi o mesmo Deus que o entregou para Ele. Isto vale também para nós. As coisas de deus não podemos comprá-las, mas somente acolhe-las, pois são fruto do amor e da misericórdia de Deus. Este ultimo domingo do ano litúrgico deveria nos ajudar a vasculhar na nossa vida de fé, na nossa caminhada de Igreja, se nos aproximamos a Deus com a arrogância  do mundo, querendo ser os donos do pedaço, ou, pelo contrario, com aquela humildade e simplicidade que caracterizou a vida de Jesus, que se entregou totalmente, com uma vida de doação e foi por isso que recebeu do Pai a vida eterna.

5. Nessa altura poderíamos nos perguntar: quais são os sinais que O Espírito Santo produz na nossa vida como marco evidente que pertencemos a Cristo e fazemos parte do Seu Reino?
O primeiro o encontramos escrito na primeira leitura, aonde se fala que o Reino de Deus é eterno. Quem participa da eternidade do reino de Deus, não desiste nunca perante os próprios compromissos, mas torna-se fiel até a morte, sem medo de enfrentar qualquer dificuldade, obstáculo, perseguição.
O segundo sinal é apontado na segunda leitura aonde se diz que o Senhor doou o seu sangue para nos libertar. Quem pertence ao reino de Deus torna-se uma pessoa livre, que não se deixa arrastar pelas paixões, os instintos, mas aprende a dominá-los e a dirigi-los aonde ele quiser.
O ultimo sinal da nossa pertença ao Reino de Deus é o mesmo Senhor que o revela. De fato, no final do Evangelho que acabamos de escutar, Jesus nos lembra que “ Que testemunha a verdade escuta a minha voz”. Um sinal claríssimo da pertença ao Senhor é o desejo de escutar a sua voz para que a própria vida se torne uma resposta ao Senhor.



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