domenica 10 dicembre 2023

RETIRO ESPIRITUAL DO ADVENTO – DOMINGO 10 DEZEMBRO 2023 I MEDITAÇÃO

 




PAROQUIA SÃO VICENTE DE PAULO


Paolo Cugini

No final dos dias,
o monte do templo do Senhor
permanecerá firme no topo dos montes
e se elevará acima das colinas
e todo o povo fluirá para ele.
Muitos povos virão e dirão:
«Vinde, subamos ao monte do Senhor,
ao templo do Deus de Jacó,
para que ele nos ensine os seus caminhos
e possamos andar nas suas veredas» (Is 2, 1-2).

Espiritualidade do tempo do Advento marcado pelas passagens de Isaías. Perspectiva universalista da viagem. Passamos da ideia da eleição do povo de Israel para uma visão em que todos os povos se sintam atraídos pela Palavra do Senhor. Convido-vos a abandonar uma mentalidade divisiva em direção a uma visão global, uma forma de pensar a realidade de uma forma aberta. A perspectiva universalista traz consigo a atitude inclusiva como consequência. Percorrer os caminhos do Senhor significa abrir portas a todos, criar comunidades nas quais todos se sintam à vontade. Quem é que na visão de Isaías provoca o movimento de todos os povos em direção a Jerusalém? Porque a lei virá de Sião, e a palavra do Senhor de Jerusalém. É a Palavra de Deus que faz com que este movimento saia do individualismo para um caminho de comunhão que respeite a diversidade e a rivalidade.

Afinal, era precisamente isso que Jesus queria: há vários trechos do Evangelho que retoma o sonho do profeta Isaías e o atualiza. Entre as várias, pode-se citar esta: Agora vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus (Mt 8,11). Jesus sabe muito bem que o efeito da sua Palavra e da sua proposta teria causado a quebra de muros, cercas e um caminho de comunhão entre todos os povos. Para que este caminho se realize plenamente, é necessária outra passagem fundamental expressa pelo profeta na continuação do texto citado.

Quebrarão as suas espadas e farão delas relhas de arado, e
das suas lanças farão foices;
uma nação não mais levantará a espada
contra outra nação,
eles não aprenderão mais a arte da guerra.

O que acontece com quem, atraído pela Palavra do Senhor, caminha em direção a Jerusalém? Eles sentem o desejo de paz. A imagem relatada pelo profeta descreve a transformação que ocorre nas pessoas que seguem a Palavra de Deus: há um processo de transformação em curso, um processo de mudança que transforma as ferramentas de guerra – espadas e lanças – em ferramentas para o cultivo da terra. . Quem assimila, internaliza o Evangelho, respira paz e não sente mais necessidade de se defender, porque aprende a perceber os outros como irmãos. É o sonho de Deus que se tornou realidade em Jesus: cada comunidade cristã que se alimenta do Senhor, que lhe dá espaço, torna-se um pedaço de humanidade que se deixa transformar pelo Espírito do Senhor.

Vindo ao mundo Jesus encarna esta profecia de paz. Isso é visível no primeiro ato público, assim como é presentado no Evangelho de Lucas. È interessante comparar o texto que Jesus lê com o texto originário. É visível que Jesus aplica uma interpretação na leitura que ele realiza, pois não lê todo o texto mas para antes, porque não quer ler o versículo que fala da vingança.

O espírito do Senhor, o espírito do Senhor está sobre mim,

porque o SENHOR me ungiu. Enviou-me a dar a boa nova aos pobres,

 a tratar os de coração despedaçado, a proclamar a liberdade aos exilados e aos prisioneiros,

 a libertação, 2 a promulgar um ano de benevolência da parte do SENHOR

 e um dia de vingança para o nosso Deus,

 

Jesus na sinagoga não leu o último versículo anunciando logo no começo da sua missão que não incarnava o Messias violento que teria arrumado um exército para derrubar os estrangeiros presentes em Israel, mas o príncipe da paz anunciado em algumas profecias de Isaias.

É desta forma que o mesmo Paulo percebeu a presença de Jesus na história a ponto de descrevê-la com atenção.

14Cristo é a nossa paz. De dois povos, ele fez um só. Na sua carne derrubou o muro da separação: o ódio. 15Aboliu a Lei dos mandamentos e preceitos. Ele quis, a partir do judeu e do pagão, criar em si mesmo um homem novo, estabelecendo a paz. 16Quis reconciliá-los com Deus num só corpo, por meio da cruz; foi nela que Cristo matou o ódio. 17Ele veio anunciar a paz a vocês que estavam longe, e a paz para aqueles que estavam perto. 18Por meio de Cristo, podemos, uns e outros, apresentar-nos diante do Pai, num só Espírito.

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