sabato 13 aprile 2019

HOMILIAS DO TRIDUO PASCAL







QUINTA FEIRA SANTA/C
(Ex 12, 1-8.11-14; Sal 115; 1 Cor 11,23-26; Jo 13,1-15)

Paolo Cugini

1. Com a celebração da quinta feira Santa a Igreja entra no tríduo litúrgico chamado tríduo pascal. Nestes três dias somos chamados a refletir sobre o âmago da nossa fé, ou seja, sobre o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Reflexão importante porque também nós, através dos sacramentos da Igreja, fazemos parte deste grande mistério de salvação. Acompanhando a liturgia do tríduo pascal, a Igreja nos permite de regressar na origem da nossa caminhada, para podermos avaliar se a nossa maneira de viver os ritos da fé é conforme ao original, ou seja, á idéia que originou estes ritos. De fato, hoje a Igreja lembra a instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Amanhã lembraremos a morte de Jesus, ou seja, a memória do seu amor infinito que recebemos sacramentalmente através do Espírito Santo. Sábado à noite, na vigília pascal celebraremos o mistério da Ressurreição de Jesus, considerada a noite mais importante, a mãe de todas as vigílias (santo Agostinho). Sabemos que era exatamente nesta noite que, na Igreja primitiva, eram conferidos os sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia.

2. Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
Porque Jesus instituiu a Eucaristia? A resposta a encontramos neste versículo do Evangelho de João. Jesus proclamou o Reino de Deus, que é um reino de amor e de paz, vivendo ante de mais nada este amor com os seus discípulos. Nesta maneira, a vivencia antecipava e, de uma certa foram, anunciava a mesma Palavra. O conteúdo central do Evangelho é o amor, ou seja, a possibilidade de viver relacionamentos não ditados dos sentimentos negativos do ódio, inveja, ciúme que estragam as relações entre homens e mulheres, mas relacionamentos novos ditados pela abertura e confiança no outro, pela estima recíproca. Jesus veio anunciar a possibilidade real de uma humanidade nova e foi por isso que morreu. Humanidade nova quer dizer que, o centro da vida não sou mais eu, com os meus interesses particulares, a satisfação do meu egoísmo, mas os irmãos e as irmãs que o Senhor coloca no meu caminho, perto de mim. Isso é já um grande ensinamento que deveria nos levar a rever a nossa maneira de nos aproximarmos aos sacramentos. De fato, a Eucaristia não é tanto o Cristo que entra no meu coração, mas o Cristo que me coloca dentro a vida da Igreja, do Seu corpo místico, a nova humanidade. E é exatamente dentro esta nova humanidade que sou chamado a viver a verdade dos sacramentos que recebi. A vida sacramental é vida nova, é o caminho apontado por Deus em Cristo de sair do egoísmo, da vida autocentrada, narcisista fruto do pecado, para a vida verdadeira que é abertura, relação pacifica com os irmãos e as irmãs. Isso quer dizer que, toda vez que encrencamos, brigamos, não damos o braço a torcer, não queremos perdoar estamos negando o nosso batismo, negando a Eucaristia, pois esta é um convite á comunhão. O primeiro profetismo que a Igreja é chamada a viver é a comunhão entre os irmãos e as irmãs, que comungam o mesmo Corpo de Cristo. É desta forma, de fato, que a Igreja anuncia a verdade daquilo que celebra sacramentalmente.  A vida de Jesus foi uma linda e grande história de amor que não desistiu nem perante a morte. Aliás, a morte de Jesus, foi o coroamento desta vida de amor, de doação total, de entrega: esta é vida, a vida verdadeira, que todos nós somos chamados realizar. Perante este imenso amor de Deus para conosco, desmoronam todas as nossas briguinhas corriqueiras, as nossas incompreensões, o nosso orgulho desmedido que nos leva continuamente a nos colocarmos num pedestal para pudermos ver e sentir os outros de cima pra baixo. Pelo Contrario Jesus, com o seu gesto humilde de lavar os pés dos discípulos, mostrou o caminho que devemos percorrer. Caminho difícil, mas necessário. Ninguém deve cultivar em si estes sentimentos de superioridade, pois, em Cristo, nos tornamos irmão e irmãs e, então, perante Deus somos iguais. O verdadeiro cristão, que deixa agir o Espírito Santo dentro de si, não procura na vida demonstrar de ser o melhor, o tal, mas, pelo contrario, procura percorrer o mesmo caminho que Jesus percorreu, que é caminho da humildade, do abaixamento, do serviço.

3. Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos... começou a lavar os pés dos discípulos” (Jo 13, 3.5).
É um versículo impressionante e, ao mesmo tempo, revelador. No momento em que Jesus tem consciência que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos, o que Ele faz com este poder? Pega uma toalha, uma bacia de água e começa lavar os pés dos seus discípulos. É esta a grande diferença entre Deus e o mundo. É este o estilo novo que a Eucaristia quer realizar entre nós. Todo o poder de Deus, Cristo o escondeu num gesto de humildade. Isso quer dizer que toda vez que servimos os nossos irmãos, irmãs com amor e dedicação, sem querer nos mostrar o sermos os melhores, ali nos experimentamos a gloria de Deus, o seu poder. Gloria e poder que não se encontram, então nos milagres, mas nos atos humildes da vida corriqueira. A santidade de Cristo, a sua divindade a encontramos neste ato humilde, no seu rebaixamento, nos seus gestos de amor, no seu se colocar aos pés da humanidade pecadora, sem nenhuma revanche.  É por isso que precisamos da Eucaristia, que não é apenas um rito, um preceito, mas um estilo de vida, aquele estilo que Deus em Cristo apontou por toda a humanidade. Precisamos da Eucaristia para nos tornarmos mais humanos, mais autênticos. Precisamos da Eucaristia para entendermos que o poder de Deus não está no dinheiro e no poder do mundo, mas na atenção aos irmãos e as irmãs que ele coloca ao nosso lado. Você pai de família, você mãe precisa da Eucaristia para encontrar Deus na dedicação total ao teu parceiro, aos teus filhos. Você filho, você filha precisa da Eucaristia para descobrir que toda a atenção e o respeito para os teus pais será aquilo que irá enriquecer a tua vida.

4. No Domingo somos convidados a celebrar da Eucaristia. Cabe a nós fazer deste ato litúrgico, não um puro e simples rito estéril, que não diz nada á nossa vida, mas um autentico instrumento de transformação da humanidade.  Que esta quinta feira santa posa revigorar a nossa consciência, para conseguirmos a realizar na vida aquilo que no rito celebramos.



 Sexta feira Santa C
Is 52,13-53,12; Sal 31; Hb 4, 14-16.5, 7-9; Jo 18, 1-19,42)

1. A liturgia da sexta feira santa introduz a Igreja no silencio da morte de Cristo. Não precisa, então, esbanjar palavras para comentar as leituras: é um evento que se explica por si mesmo. Tentaremos, assim, buscar nas leituras que ouvimos a resposta do problema que parece ainda hoje bastante enigmático, ou seja, a morte do justo. A final de conta, porque um homem justo come Jesus morreu? O que Ele fez de mal para merecer uma morte tão horrorosa e humilhante?

2. A primeira resposta a encontramos no texto de Isaias. “O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos”. Isto quer dizer que a morte de Jesus não foi ao ocaso, mas perfeitamente dentro o plano do Pai. Que plano é este que prevê a morte violenta do Filho? Um plano que Jesus, não engoliu de forma fria, sem vontade quase que estivesse forçado. Pelo contrario, o texto do evangelho de João, que acabamos de ouvir disse que Jesus era “consciente de tudo aquilo que ia acontecer”. Pra fazer a vontade do Pai na nossa vida precisamos ser conscientes e isso pode acontecer somente quando existe um relacionamento de amor. Jesus realiza o projeto do Pai porque Ele é o Filho querido e pra Ele Deus é o Pai. Somente dentro este relacionamento filial é possível viver e fazer a vontade de Deus seja ela o que for.

3.Ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria”. (Is 53, 4).
É isso que o povo e também nós, pare que não entendemos. Cristo morreu por causa nossa, carregou as conseqüências dos nossos pecados. Foi uma morte vigária. Jesus se sacrificou voluntariamente por nós. Sacrificou a sua divindade, os seus projetos para nós. Por isso ficou sozinho na hora da morte porque tudo mundo pensava que Jesus teria salvado o mundo de uma forma diferente, talvez com exércitos, com a força, manifestando o seu poder. Cristo manifestou o seu poder na fraqueza, deixando se matar, atraindo na sua carne a raiva do mundo, se deixando massacrar do egoísmo dos homens. Perante um gesto tão grande é bom mesmo silenciar.

4. “Aprendeu o que significa obediência a Deus, por aquilo que Ele sofreu” (Hb 5, 8).
Se quisermos aprender a viver a nossa vida não como pessoas mimadas e caprichosas, que obedecem somente aos próprios instintos e caprichos, mas como pessoas adultas que seguem projetos elevados como é o projeto do Pai, a escola certa é o sofrimento. É isso que Jesus nos ensina na sua paixão. Enquanto o mundo faz de tudo pra fugir das situações de sofrimento, Jesus nos ensina que, toda vez que estamos sofrendo por causa do nosso batismo, é exatamente naquele momento que Deus nos oferece a grande oportunidade de amadurecer a nossa filiação ao Pai.  Tomamos, então, a ocasião desta paixão de Jesus para crescermos como filhos de Deus, aprendendo a encarar as perseguições da vida, as incompreensões, na certeza que aprenderemos á amar sempre mais a Deus como um Pai.



VIGILIA PASCAL

1. A liturgia da vigília pascal aconselha uma homilia breve. De fato, a liturgia é já bastante rica por sua conta que não precisa aumentar nada. Santo Agostinho considerava a Vigília pascal como a mãe de todas as vigílias que sintetiza a caminhada que cada cristão, junto com a Igreja, deve realizar. Começa fora da Igreja no escuro para simbolizar a situação de pecado em que a humanidade vive. O rito do fogo com o círio pascal aceso é sinal da luz de Cristo que veio para libertar a humanidade do pecado. Cristo é a nossa luz e o Espírito Santo que recebemos no Batismo de transformar a nossa vida em luz, para sermos também nós luz para o mundo. Entrando na Igreja atrás do círio pascal com as luzes que se acendem significa que a Igreja é chamada a espalhar no mundo a luz de Cristo. Devemos ser aquilo que o sacramento realizou em nós.

2. As leituras que ouvimos nesta noite lembram a grande caminhada que Deus realizou com o seu povo. É uma historia incrível de amor que passou através tantos momentos de desavenças, de traição, mas sempre deus cobriu com a sua imensa misericórdia. Nas horas mais tristes da sua historia, o povo de Israel faz a experiência da aproximação de Deus que, como um Pai, cuida dos seus filhos, sobretudo nas horas mais difíceis. A milenaria historia da salvação ensina também um outro detalhe importante. Deus cuida dos seus filhos e, em modo especial, dos mais fracos, pequenos e pobres. Por isso falamos do coração de mãe de Deus. Ele, de fato, age como uma mãe que tem um carinho tudo especial para com os seus filhos. Esta historia bonita chegou a seu pleno comprimento com Cristo, o Filho de Deus, que caminhou conosco anunciando o Reino de Deus e derramando o seu sangue para a salvação do mundo.

3. O rito do Batismo dos catecúmenos, realizado nesta vigília, conforme uma tradição antiguíssima da Igreja que remonta aos primeiros séculos do cristianismo, deve lembrar o nosso batismo na moldura de toda al liturgia que estamos celebrando. Através do batismo somos chamados a continuar a obra de Cristo, ou seja, espalhar o seu amor no mundo. Conforme aquilo que meditamos nestes dias, esta obra passa através de muitos sofrimentos, incompreensões, perseguições, mas no final que foi fiel e perseverante vencerá. O Batismo é fruto também da Ressurreição de Cristo: é sinal de vida nova, vida que deve ser transmitida em cada momento da nossa vida. Por isso nos interessamos com os problemas do povo. Por isso a Igreja entra na luta das conquistas dos direitos do povo, sobretudo dos mais pobres e injustiçados.

4. Pedimos a Deus que esta noite tão maravilhosa, possa produzir para nós a força para continuarmos o testemunho do ressuscitado, sabendo que este testemunho passa também através da cruz.



Nessun commento:

Posta un commento